Review Cavaleiros do Zodíaco - Saga Omega

Resenha sobre a nova saga lançada neste ano, por Sandro Mathias.

Eu me lembro que quando Cavaleiros do Zodíaco estreou na extinta Rede Manchete de televisão foi um febre nacional, e foi assim em toda a parte pelo planeta. Eu era adolescente na época e ficava maravilhado com a historia do desenho, seus traços, batalhas sangrentas e todo um universo rico culturalmente. Os anos foram passando, vieram os filmes (ovas) e então venho a tão aclamada Saga de Hades, onde finalmente víamos o real poder dos cavaleiros de ouro, tais como Mú de Áries e Dohko de Libra (mestre Ancião). A saga mesclava computação gráfica aos antigos traços do anime, fazendo com isso reviver as emoções nostálgicas nos antigos fãs (como eu) e arrebatando uma nova legião de seguidores ao anime.

A saga de Hades passou e veio então Lost Canvas, cuja historia era focada na primeira batalha de Athena contra Hades há 200 anos atrás, cujos únicos sobreviventes foram Dohko de Libra e Shion de Áries, a Dohko foi incumbida a missa de vigiar o lugar onde Athena aprisionou Hades nos cinco picos em Rozan e a Shion ficou a missão de ser o mestre do Santuário. Lost Canvas foi magnífica, com traços mais suaves, uma historia envolvente e uma participação mais ampla dos cavaleiros de ouro. As batalhas são simplesmente perfeitas e o enredo prende a atenção do inicio ao fim.

Porem nem tudo são flores nesses 25 anos de Cavaleiros do Zodíaco. Esse ano foi lançado a então Saga OMEGA. Criada literalmente para tentar atrair um publico mais infantil. O Desenho se passa há vários anos do fim da saga principal. Os principais personagens como os 5 cavaleiros de Bronze que sempre protegeram Athena já não mais exercem suas funções (pelo menos até o momento em seus 8 episódios lançados). Os antigos fãs como eu devem estar meio que decepcionados, eu estou, a essência do desenho não esta lá, não consigo assistir ao Omega e pensar, isso não é Saint Seiya, ai você me pergunta: - mas o que mudou? TUDO!

Vamos aos pontos em questão: Antes, para se tornar um cavaleiro a criança era treinada, aprendiam sobre o cosmo e como manipulá-lo para usar seus golpes, seu treinamento era duro e muitos morriam no decorrer disso, os aspirantes a cavaleiro tinha que duelar, e vencer, para serem dignos de usar uma armadura sagrada – Na Saga Omega, os personagens herdam a armadura de um pai que foi cavaleiro ou qualquer outra pessoa.

As armaduras antes eram guardadas em forma de energia dentro de uma caixa, agora, todas são armazenadas em cristais que os personagens usam, seja num colar, numa luva ou brinco. Aqui o desenho peca mais ainda, antes, víamos as armaduras como ARMADURAS, agora elas mais parecem um tecido que cobre o corpo dos “Cavaleiros”, as únicas partes que se destacam são as ombreiras e tiaras, as amazonas então, aparecem com roupas bufantes, cheias de babados e que mal da pra entender o que é Armadura e o que é vestido de festa de debutante.

Os jovens cavaleiros, e não mais aspirantes a cavaleiros, são treinados em um tipo de elemento, terra, fogo, água, ar, luz e trevas e seus golpes se restringem a isso, e se não estiverem em contato com seu elemento base seus golpes são mais fracos ou mais fortes (alguém se lembrou do desenho Avatar e os dobradores?) e aqueles cavaleiros que não descobrem qual é seu elemento ficam presos em Palaestra até achar uma forma de descobrir em qual elemento se encaixa, Palaestra é lugar onde os cavaleiros são treinados. Com isso, pouco se fala em cosmo, essência de todo a mitologia do desenho original. Até o momento não foi falando nada sobre o Santuário.

Para finalizar, os personagens estão bem infantis, tentando fazer graça a todo o tempo para se tornarem “divertidos”, mas acabam sendo chatos e repetitivos.

Espero que ao decorrer da saga, alguém na produção do anime perceba os erros que estão cometendo e que consigam reverter tudo isso antes que comecem a perder os fãs ao invés de atrair novos.

Veja as imagens:

Sandro Mathias

Co-autor dos livros Guia de talentos e Classes de Prestigio e Classes de Prestigo 3.5 pela Editora Conclave. Graduando em Pedagogia e jogador de RPG desde o antigo AD&D 2º edição.

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